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Anta – Tapirus terrestris

Tapirus terrestris
Em todo o mundo existem quatro espécies de antas (Tapirus terrestris, T. bairdii, T. pinchaque e T. indicus) classificadas na Ordem Perissodactyla Subordem Ceratomorpha, Superfamília Tapiroides, Família Tapiridae e Gênero Tapirus. Três destas espécies, T. terrestris, T. bairdii e T. pinchaque, estão distribuídas no Novo Mundo, sendo que T. terrestris e T. pinchaque, esta endêmica da Cordilheira dos Andes, ocorrem alopatricamente, enquanto T. bardii e T. terrestris colombianus, ocorrem provavelmente de forma simpatrica no noroeste da Colômbia. A quarta espécie, T. indicus, tem sua distribuição restrita ao sudeste asiático. 
T. terrestris possui quatro subespécies descritas: T. t. terrestris, T. t. colombianus, T. t. aenigmaticus e T. t. spegazzinii, embora não haja até o momento evidências genéticas e/ou taxonômicas conclusivas para se afirmar isto. Sua distribuição geográfica se estende desde o Rio Grande do Sul no Sul do Brasil, Chaco da Argentina, Paraguai e Bolívia, ao norte até a região Amazônica do Brasil, Peru, Equador, Colômbia, Guianas Francesas, Suriname e região oeste da Venezuela através da Cordilheira Oriental de Sierra da Petira ao norte da Colômbia.
No Novo Mundo, a anta é o único representante nativo dos ungulados da Ordem Perissodactyla, sendo o maior mamífero terrestre da região. Indivíduos adultos geralmente apresentam 150-300 kg de massa, altura na região dos ombros de 77-108 cm e um comprimento total do corpo de até 221 cm para as fêmeas e 204 cm para os machos. Membros desta ordem incluem os maiores herbívoros de estômago simples existentes (cavalos e rinocerontes). Esta característica implica no dispêndio da maior parte do tempo em forrageio de grandes quantidades de plantas, devido à baixa eficiência de seu mecanismo de fermentação da celulose. 
São animais tímidos, silenciosos raramente avistados no ambiente natural; quando alarmados correm em direção à água, mergulham e nadam junto à superfície; possuem os sentidos da audição e olfato muito apurados e, embora sejam animais considerados primariamente solitários, fêmeas com filhotes dependentes, adultos junto a juvenis, ou grupos se alimentando juntos não são raros.
A anta é um componente ecológico fundamental para as comunidades vegetais, desempenhando um importante papel na estrutura, dinâmica e diversidade biológica das florestas tropicais ao atuar como dispersor e predador de numerosas espécies vegetais. Adicionalmente, em alguns ecossistemas (Pantanal Matogrossense), sua biomassa (380 kg/km²) chega a corresponder a 25% do total constatado a partir de 64 espécies da mastofauna. 
Vários fatores vêm contribuindo para o rápido e contínuo declínio das populações de T. terrestris em muitas áreas da América do Sul, sendo os mais significativos a intensa pressão de caça e a destruição de seus hábitats preferidos. A necessidade por ações de conservação e melhor manejo da espécie foram inicialmente notadas no Brasil na década de 30. Devido ao quadro crítico em que a espécie se encontra, ela está listada como ameaçada de extinção pela U.S. Fish and Wildlife Service, CITES, Apêndice II (US-ESA endangered) e IUCN (Red List 2002 VU-Vulnerable A1cd +2c +3c).
Guellity Marcel
Guellity Marcel
Biólogo, mestre em ecologia e conservação, blogger e comunicador científico, amante da vida selvagem com grande interesse pelo empreendedorismo e soluções de problemas socioambientais.
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