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Cateto (porco-do-mato) Tayssu tajacu

Tayssu tajacu

Os catetos (Tayassu tajacu) também conhecidos como caititus, porcos-do-mato ou pecaris, são animais gregários e rústicos que produzem carne e couro de excelente qualidade, para os quais existe  grande demanda internacional. Membros da família Tayassuidae, os catetos se separaram da família Suidae a dezenas de milhões de anos (Bernirshchke, 1974). Portanto, apesar de serem bastante semelhantes ao porco doméstico e ao javali, os catetos não são porcos, diferindo dos mesmos em alguns aspectos, como por exemplo: pelo estômago que é dividido em quatro compartimentos (Cavalcante Filho, 1996), vesícula biliar ausente, membros pélvicos contendo três dígitos e pela presença de uma glândula de cheiro na região dorsal próximo à cauda, cuja secreção tem odor forte e coloração esbranquiçada (Sowls, 1974).

O cateto adulto tem em torno de 0,75 a 1,0m de comprimento; 0,40 a 0,45m de altura e o peso variando de 14 a 30kg (Nowak & Paradiso, 1983). Seus pelos são longos, ásperos e geralmente pretos com anéis brancos, conferindo uma pelagem acinzentada ao animal. Em seu dorso existe uma crina erétil composta de pelos que tendem a ser mais escuros e na região do pescoço destaca-se uma faixa de pelos brancos, dando um aspecto de colar (Sowls, 1984). Tais animais possuem pernas finas e a cabeça desproporcionalmente grande em relação ao restante do corpo. Praticamente não existe dimorfismo sexual nesta espécie ,   só  sendo possível distinguir os sexos  pela visualização do escroto dos machos, mesmo assim, quando observados à curta distância (Sowls, 1984).
A distribuição geográfica do cateto é bastante ampla, sendo encontrado naturalmente na América do Sul, na América Central e Sul dos Estados Unidos (Cabrera &Yepes, 1940). Tal espécie vive em uma grande diversidade de habitat, desde regiões de florestas tropicais úmidas a regiões semi-áridas, conseguindo sobreviver mesmo em áreas devastadas (Sowls, 1984). Esta capacidade de sobrevivência desta espécie em diferentes condições se faz graças a adaptações fisiológicas e comportamentais, como por exemplo, a aceitação de uma longa lista de itens alimentares como frutas, folhas, raízes, cactáceos e tubérculos (Sowls, 1984). 

Em cativeiro esses animais também se adaptam facilmente a diferentes tipos  de alimentação, sendo normalmente tratados com milho, mandioca, abóbora, banana, cana-de-açúcar triturada, silagem de milho, silagem de sorgo e ração comercial de suínos (Liva et al., 1989).
Em condições naturais os catetos vivem em grupos de cinco a 15 indivíduos, constituídos por animais jovens e adultos de ambos os sexos (Neal, 1959, Ellison & Harwell, 1969, Schweinsburg, 1971). No Brasil, Miller (1930) relatou uma média de 12 indivíduos por grupo no estado do Mato Grosso. Normalmente, os grupos são estáveis e os seus membros não são expulsos, nascem e permanecem no mesmo grupo até a morte (Nogueira Filho, 1996, Nogueira Filho et al., 1999). Não há formação de bandos só de machos e nem haréns.

No entanto,  podem ocorrer fragmentações temporárias na época das chuvas, quando a vegetação fica mais densa, o que torna mais difícil a defesa contra predadores (Sowls, 1984). Esporadicamente, também podem ser registrados casos de animais isolados, geralmente indivíduos velhos e doentes que não conseguem acompanhar o grupo.

Guellity Marcel
Guellity Marcel
Biólogo, mestre em ecologia e conservação, blogger e comunicador científico, amante da vida selvagem com grande interesse pelo empreendedorismo e soluções de problemas socioambientais.
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