spot_img
InícioAnimais & PlantasProjeto Onçafari - Pantanal de Mato Grosso do Sul

Projeto Onçafari – Pantanal de Mato Grosso do Sul

Sua Majestada, A Onça-pintada
Mario Haberfeld lança no Refúgio Ecológico Caiman o Projeto Onçafari, para habituação, observação e preservação da onça-pintada
Embora possua a maior biodiversidade encontrada no planeta, o Brasil ainda está engatinhando na área de eco-turismo. A falta de estrutura e de projetos realmente sustentáveis levam os brasileiros a desistirem de conhecer o ecossistema do país e aventurarem-se em outras regiões “selvagens”, como o Polo Norte e a África. Além de apresentarem instalações luxuosas e confortáveis, estes locais triunfaram na habituação de animais selvagens, fazendo com que os mesmos já estejam acostumados com a presença de automóveis e humanos, facilitando o contato – mesmo que de uma distância segura – com estas belas e livres criaturas.
É com este espírito que nasce o Projeto Onçafari, com sede no Refúgio Ecológico Caiman (REC), no Pantanal. Muito mais complexo e abrangente que um simples safári no Pantanal, o Projeto Onçafari visa habituar felinos à presença de veículos que circulam durante os safáris promovidos no local. 
É também atribuição do Projeto, aumentar e preservar a fauna e a população de felinos na região, o que têm dado excelentes resultados graças a um trabalho árduo de pesquisas e análises da equipe do Onçafari. 
Este projeto abre, portanto, caminho para o desenvolvimento de uma nova técnica de conservação de animais no Brasil através do turismo de observação e do ecoturismo. 
 Adaptando técnicas bem sucedidas em habituar animais selvagens na África do Sul, para serem observados em seu ambiente natural, O Projeto Onçafari replica esta experiência com a Onça Pintada, maior felino das Américas e animal símbolo do Onçafari.
É importante frisar que este processo não envolve métodos de domesticação ou qualquer atitude que desequilibre o habitat onde vivem estes animais que continuarão permanecendo 100% selvagens, mas pretende, principalmente, acostumá-los à presença de veículos que carregam turistas. Com o passar do tempo e utilizando certas técnicas, eles param de enxergar os veículos como ameaça – como se fizessem parte do cenário pantaneiro – ficam tranquilos e não fogem.
A preservação da fauna local compreende animais muito além da onça, que ajudam a compor o ecossistema pantaneiro e apenas enriquecem a expedição e toda a experiência Onçafari, como jacarés, capivaras, ariranhas, macacos-prego, veados-campeiros, lobos-guará, cervos do pantanal, tatus, bichos-preguiça, tamanduás, lagartos, cágados, jabutis e cobras como a jiboia e a sucuri. Coloridos e falantes, os pássaros acabam realizando um espetáculo a parte, como tucanos, garças, papagaios, araras, emas, tuiuiús e gaviões. Para aqueles que não perdem uma boa oportunidade de pescar, o Pantanal oferece ainda mais diversidade, com peixes típicos como dourado, pintado, curimbatá, pacu e piranha, entre outros.
A área de estudo contemplada pelo Projeto Onçafari compreende a região do Pantanal de Miranda, especificamente os domínios do REC num total de 53 mil hectares. Algumas avaliações pertinentes ao uso de habitats e percepções se darão também nas fazendas do entorno imediato, enquanto a quantificação da população de onças-pintadas será obtida através do uso de dispositivos fotográficos, bem como através da observação direta de indivíduos com foto-documentação.
O projeto tem a pretensão de servir como modelo de preservação sustentável a ser replicado por todo o Pantanal, quiçá todos os ecossistemas brasileiros, além de gerar empregos e preservar as espécies e o bioma pantaneiro – a maior área alagada do mundo, cuja grande diversidade de fauna e flora está adaptada às mudanças entre períodos alagados e secos.
A má (e injusta) reputação
A principal atividade econômica do Pantanal é a pecuária, com inúmeras fazendas de gado espalhadas pelas planícies da região. Com esta forte influência sobre a população local, há um grande conflito entre fazendeiros e onças, que esporadicamente caçam uma cabeça de gado para se alimentarem. Para tentar minimizar o problema, alguns criadores tem o terrível (e ilegal) costume de matar as onças que cruzam seu caminho, aumentando o risco de extinção dos nobres felinos.
No entanto, de acordo com uma pesquisa realizada pela ONG Instituto Onça Pintada, as eventuais perdas no rebanho relacionadas ao ataque de onças configuram em apenas 1,5%, provando que a má reputação da onça não passa de mito, e ela é injustamente acusada pelas inúmeras causas de morte no rebanho.
No topo da cadeia alimentar, a onça-pintada é o maior felino das Américas, cuja atual área de distribuição estende-se por toda a América Latina, incluindo todo o território brasileiro. Segundo o Plano de Ação Nacional para a Conservação da Onça-Pintada, o animal encontra-se com status criticamente ameaçado na Floresta Atlântica e Caatinga, ameaçada no Cerrado, e vulnerável no Pantanal e Amazônia. Suas principais ameaças são a destruição constante de seus habitats (o que já levou há uma diminuição de 54% do ambiente original da espécie), a diminuição da base de presas e a caça em decorrência desses conflitos com o ser humano.
Esta é outra meta do Projeto Onçafari: desmistificar a imagem de predadora feroz da onça-pintada e fazer com que seja vista, do ponto de vista econômico, mais rentável viva do que morta, assim como leopardos e leões na África, mostrando que a espécie tem potencial para gerar renda através da Indústria de Observação de Animais. Essa prática, inclusive, é uma das maiores fontes de renda em vários países da África, e o crescimento do turismo sustentável no Pantanal compensará o eventual e pequeno prejuízo que a espécie venha causar com o abatimento de alguns animais de criação.
Mais perto do que se pode imaginar
Pequenos olhos cor de mel se confundem com a densa vegetação do Pantanal, como uma camuflagem perdida entre os vários tons da selva. De repente, ganham vida, brilham no escuro e se movimentam sorrateiros. Esta “janela indiscreta” é uma parte importante do projeto, o documentário “Onça-Pintada, Mais Perto do Que se Pode Imaginar”, com produção e idealização de Mario Haberfeld – mais conhecido pelas suas proezas nas pistas de corrida.
O documentário acompanha de perto algo nunca antes revelado: as ações deste felino no bioma do Pantanal. Inicia-se aqui uma aventura inédita e emocionante, que segue os rastros deste felino pelos seus mais recônditos hábitos e seus mais estranhos costumes. Devidamente monitoradas com radiotransmissores e microcâmeras, será acompanhado o processo de alimentação destas onças, a disputa pelo território, as relações entre machos e fêmeas, o acasalamento, o nascimento dos filhotes e a luta pela sobrevivência num lugar tão hostil.
Por final, o tão esperado e imprevisível encontro com o ser humano, num meticuloso processo de “habituação”, desenvolvido por uma experiente equipe de profissionais. Neste encontro previamente marcado, a maior preocupação do documentário é o registro deste contato de primeiríssimo grau com uma fera lendariamente temida, arisca e ainda muito desconhecida. O projeto do filme já mapeou, através de mais de 30 dispositivos de câmeras, várias onças que tem seus territórios estabelecidos dentro do REC, no coração do Pantanal Mato-grossense. A primeira protagonista do documentário, batizada de Chuva pelo temporal que se seguiu após o início de seu monitoramento, trouxe em suas pegadas uma encantadora surpresa após cinco meses de estudo: um simpático filhote de um mês, ainda sem nome.
O principal objetivo do filme é captar imagens fortes e emocionantes, nunca antes registradas, de onças selvagens agindo naturalmente em seu habitat, locomovendo-se, caçando e procriando. O documentário quer mostrar, não só para o público brasileiro, mas para a audiência mundial, que hoje podemos chegar mais perto do que se pode imaginar de uma bela e selvagem onça pintada. Não se trata apenas de mais um filme de natureza e vida selvagem, mas um registro da instalação deste projeto inovador, que estabelece um novo marco e um novo paradigma na conservação e preservação das onças-pintadas no pantanal brasileiro.
A escolha do Refúgio Ecológico Caiman
O documentário será produzido nas dependências do Refúgio Ecológico Caiman, no Pantanal, uma fazenda com mais de 53 mil hectares do empresário Roberto Klabin – um dos maiores ecologistas brasileiros, fundador e presidente da SOS Mata Atlântica e da SOS Pantanal.
Augusto Rosa (artista que criou a mascote Dona Onça)
 e Klabin.

Desde que adquiriu a Caiman, há cerca de 25 anos, não só proibiu a caça local como também não mais permitiu a criação de cães, o que naturalmente gerou uma aproximação maior entre animais e seres humanos. Segundo estimativas, existem mais de 50 pintadas ocupando seu território.

Mario Haberfeld conta que escolheu o REC como parceiro neste projeto por ser uma área preservada e segura, por possuir a melhor estrutura de ecoturismo no Pantanal (com infraestrutura de luxo, estradas e pista de pouso, entre outros) e por seu pioneirismo em projetos de conservação.
Sobre Mario Haberfeld
Filho de um apaixonado por corridas, o paulistano Mario Haberfeld nasceu em janeiro de 1976 com a mesma paixão. Seu primeiro esporte foi o tênis, mas a presença constante nos boxes de Nelson Piquet, um velho amigo da família, fez com que os karts ganhassem sua preferência rapidamente. Nessa especialidade, foi campeão pan-americano em 1992 e campeão paulista em 1993. Em seguida, vieram os carros e, após algumas poucas corridas na Fórmula Ford brasileira, decidiu correr na versão inglesa da categoria em 1995, mudando-se para a cidade inglesa de Cambridge.
As etapas seguintes foram a Fórmula Renault e a Fórmula 3 Britânica, a mais importante e competitiva categoria de acesso a F1. Pilotando para a equipe de Jackie Stewart, um de seus grandes ídolos, se consagrou campeão em 1998, para ingressar na hoje extinta F-3000 no ano seguinte, como contratado da McLaren. Nos anos seguintes, pilotou para as equipes Fortec, Super Nova e a belga Astromega, onde colheu seus melhores resultados.
Hoje, aos 36 anos, Haberfeld encara com muita tranquilidade a atual fase fora das pistas, com foco em seus projetos ambientais. Apesar de uma carreira de quase 20 anos, o piloto radicado em Miami (USA) considera que o automobilismo, agora, é passado. “Acho que essa página já virou. Agora, só mesmo a 500 Milhas da Granja Viana”, destacando o seu compromisso anual na prova de longa duração no kartódromo da Família Giaffone, em Cotia, Grande São Paulo.
Por Lúcia Paes, Assessoria de Comunicação Projeto Onçafari
——

Refúgio Ecológico Caiman
Estância Caiman S/N – Pantanal – Zona Rural – MS
Reservas: (11) 3706-1800 ou caiman@caiman.com.br

Guellity Marcel
Guellity Marcel
Biólogo, mestre em ecologia e conservação, blogger e comunicador científico, amante da vida selvagem com grande interesse pelo empreendedorismo e soluções de problemas socioambientais.
ARTIGOS RELACIONADOS
spot_img

POSTS RECENTES

- Advertisment -spot_img