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Filo Cnidaria: características gerais

Segundo o site da PUC/RS no setor específico do Estudo Comparativo da Evolução das Células Nervosas Entre os Diversos Filos do Reino Animalia, existem atualmente cerca de 470 espécies de cnidários no Brasil e aproximadamente 11.000 em todo mundo.
Estes animais são metazoários. Pra quem não sabe os metazoários são seres pluricelulares originados por meio da fusão do óvulo e espermatozóide, onde uma célula primordial se divide e dá origem  a um organismo repleto de diversas células. Estes animais fazem parte do Sub-reino Metazoa dentro do Reino Animalia.
O filo Cnidária inclui as hidras de água doce, corais, caravelas, águas-vivas e anêmonas-do-mar. Todos estes organismos são aquáticos, porém a maioria é vive em ambiente marinho. Podem ser classificados por dois grandes grupos quanto às suas características morfológicas – Pólipo ou Hidrante e Medusa.

Podemos resumir as características destes dois tipos de forma rapidamente:

Pólipos ou Hidrantes – corpo tubular, uma extremidade fechada e fixa e outra com boca central, geralmente circundada por tentáculos moles;
Medusa – corpo em formato de sombrinha ou guarda-chuva (umbrela),  com uma superfície convexa (superior) e outra côncava (inferior),  gelatinoso, marginado por tentáculos, boca em uma projeção central da superfície côncava (manúbrio), são natantes. 
Ambas apresentam grande diversidade de formas, as medusas geralmente são livres e se movimentam por propulsão, enquanto os pólipos são fixos (sésseis).
Clique na imagem para ampliar.
Como é possível observar nesta imagem, os cnidários possuem basicamente dois tipos de membranas, a membrana externa chamada de epiderme e a membrana interna, a gastroderme. Entre as duas temos um tecido conjuntivo que possui muitas células amebóides chamado de mesogléia.
Além disso eles possuem milhares de células em toda a superfície corpórea que são altamente perigosas para vários organismos vivos. estas células urticantes, que dá nome ao filo – do grego Knidos, urticante – se chama Nematocistos. Estes nematocistos possuem uma pequena quantidade de vesículas que reservam um tipo de substância capaz de causar muita dor e paralisar diversas espécies de organismos, inclusive suas presas. Para injetar a substância, cada célula possui um pequeno “espinho” chamado de gatilho, conforme a foto abaixo:

Muitos cnidários possuem diversas formas e colorações, o que torna este grupo muito apreciado por mergulhadores que admiram suas belezas, principalmente quando há corais grandes formados por milhares de espécies deste grupo animal.
Sistema Digestório
Estes organismos foram os primeiros, dentro do Sub-Reino Metazoa,  a exibirem uma cavidade digestiva intracelular, com uma abertura única que funciona tanto como boca, quanto ânus. Para se alimentar, um cnidário precisa apenas fazer com que sua presa chegue até a sua cavidade interna pela única abertura que possuem. Através da movimentação de seus tentáculos, elas paralisam a presa, como um pequeno peixe, em seguida o joga dentro da boca.
A presenta de presa no interior da cavidade, chamada de cavidade gástrica ou digestiva, estimula as células da membrama gastroderme, fazendo com que uma grande quantidade de enzimas sejam liberadas, atuando dissolvendo a presa até que a mesma seja fracionada em diversos pequenas partículas, o que define a digestão extracelular. As células da membrama gastroderme captarão as pesquenas particular e as levarão para seu interior e a digestão intracelular ocorrerá.
Eles são tipicamente carnívoros, ou seja, alimentam-se de outros animais vivos.
Reprodução
A reprodução dos cnidários é sexuada e assexuada. Na forma sexuada (gameta masculino e feminino) só ocorre na fase da medusa, exceto os antozoários (os corais e as anêmonas), na fase de hidras e algumas outras espécies que nunca chegam a fase de hidra, onde os machos e fêmeas liberam suas células gaméticas na água, que se fundem e formam um ovo. Dos ovos nascem larvas pelágias (oceano aberto, não é o fundo dele) e estas são chamadas de plânulas, em forma de pêra e cheias de cílios que posteriormente se fixam num substrato e se transformam em pólipos.
Na reprodução assexuada, os pólipos se reproduzem formado pequenas cópias de si mesmos através do processo de evaginação da membrana epiderme, formando gomos, onde partes de seus corpos vão se desprendendo. No caso dos corais, estes novos pólipos, caem e continuam fixos próximos ao pólipo “matriz”, contribuindo para o crescimento das outras diversas espécies de cnidários da colônia.
Porém, em certos casos, os gomos dividem-se em discos sobrepostos através da estrobilação, uma forma também de reprodução assexuada, onde estes discos se libertam e originam pequenas medusas chamadas éfiras que posteriormente crescem e podem se reproduzir sexuadamente.
Classificação
Os cnidários são divididos em cinco classes, são elas:
  1. Antozoários: anêmonas e corais verdadeiros
  2. Cifozoários: verdadeiras águas-vivas
  3. Cubozoa: medusas em forma de cubo
  4. Hidrozoários: hidra, algumas medusas, caravelas e corais-de-fogo
  5. Staurozoa: medusas que ficam presas pelos tentáculos em áreas costerias de zonas temperadas
  6. Classe já extinta, representada por fósseis: Conulata.
ANTOZOA
Derivado do grego anthos, flor + zoon, animal, o nome anthozoa ou antozoários é o nome de uma Classe do Filo Cnidaria que inclui os corais e anémonas do mar. Esta é a maior classe dos cnidários, possuindo 6.000 espécies o que equivale a mais da metade do número de espécies que se conhece para todo o filo. Esses organismos se diferem dos outros cnidários porque possuem vida séssil inteiramente, sendo polipóides, não tendo estado de medusa. Eles são característicos por formarem corais.

Protanthea simplex – James Stephen

Alcyonium glomeratum – Foto: João Pedro Silva

CIFOZOÁRIOS
A classe Scyphozoa (do grego skyphos, taça, + zoon, animal) inclui os cnidários do tipo medusas ou águas-vivas, e possui mais de 200 espécies ao todo. As larvas das medusas (forma dominante) são pelágicas, chamadas de plânulas.

Catostylus tagi – Foto: Susana Martins

Chrysaora hysoscella – Foto: Jean Tresfon

CUBOZOA
Do grego kybos, um cubo + zoon, animal esse classe é muito pouco estudada no filo cnidária que inclui os organismos chamados de cubozoários. Mesmo se parecendo, os cubozoários não são medusas. Elas vivem no Oceano Pacífico e inclui os mais venenosos animais do planeta. São animais diferentes da medusa também por serem extremamente ativos e caçadores.

Fotos: Google/divulgação
HIDROZOÁRIOS
A classe Hydrozoa (do grego hydra, serpente d’água + zoon, animal) possui aproximadamente 3.200 espécies conhecidas. As formas das espécies podem ser tanto medusóide quanto polipóide ou exibem ambas as formas em seus ciclos de vida. Eles ainda são conhecidos como garrafa-azul ou caravela-protuguesa, Hydra e Obelia e são muito diferentes dos demais por várias características. A principal delas talvez seja a ausência de uma mesogléia sem céçulas, uma cavidade gástrica sem divisões, gônodas de origem endométrica, nematocistos só na epiderme.

Ectopleura larynx – Foto: João Pedro Silva

Physalia physalis – Foto: Jean Tresfon

SATURIZOA
Proposta em 2004 por Marques & Collins, esta é a classe mais recente de cnidários. Por possuírem várias diferenças na morfologia externa, sua anatomia e seu habito peculiar aliado a um ciclo de vida diferente, os autores sugerem que esse grupo deve ser considerado uma classe.

Fotos: Google/divulgação
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Guellity Marcel
Guellity Marcel
Biólogo, mestre em ecologia e conservação, blogger e comunicador científico, amante da vida selvagem com grande interesse pelo empreendedorismo e soluções de problemas socioambientais.
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