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Ave australiana voa mais de 2.000 km para encontrar lagos efêmeros nos desertos

Uma espécie de ave costeira australiana pode detectar e, em seguida, voar rapidamente para lagos de vida curta que se formam no meio do deserto após uma precipitação significativa, sugere uma nova pesquisa. O pássaro, conhecido como o ‘pernilongo-de-faixas’ (Cladorhynchus Haliaeetus), é um pouco maior do que o maior maçarico e tipicamente vive ao longo da costa sul da Austrália. Mas de vez em quando bandos se unem para reproduzir e criar os filhotes ao redor das águas que se acumulam em salinas após as chuvas, que podem ocorrer apenas uma vez a cada 2 ou 3 anos.
Cladorhynchus Haliaeetus com dispositivo rastreador. Foto: Ben Parkhurst
No primeiro estudo abrangente com essa espécie, os cientistas instalaram dispositivos de rastreamento em 21 pássaros e seus movimentos foram monitorados, em alguns casos, por até 13 meses. Os dispositivos, que tem a metade do tamanho de uma caixa de fósforos (mostrado no pássaro na imagem acima), alimentado por células solares do tamanho de um selo postal, foram programados para registrar os dados por 10 horas e, em seguida, economizar energia desligando durante as 16 horas seguintes.
Os resultados foram surpreendentes: Em alguns casos, as aves deixaram dois locais muito distantes e cruzaram desertos ao longo de percursos muito diferentes, convergindo para um mesmo lago interior remoto, os pesquisadores relataram na Biology Letters. Uma dessas migrações percorreu mais de 2.200 km em 2,5 dias, um movimento quase o dobro do tempo e duas vezes mais rápido que os anteriores conhecido por outras aves aquáticas do deserto, dizem os pesquisadores.
Igualmente surpreendente foi o tempo de duração de algumas dessas viagens: Enquanto algumas migrações começaram logo após as chuvas que ocorreram distantes, vários outros indivíduos não migraram até semanas após as chuvas do lago irem e voltarem. Porém, não está claro como aves distintas conseguem discernir e, em seguida, se agruparem nos lagos. A equipe de pesquisadores acredita que essa migração pode ocorrer devido aos cheiros que emanam dos lagos de sal inundados ou a grande quantidade de camarão de água salgada que existe lá.
Fonte: Science
Guellity Marcel
Guellity Marcel
Biólogo, mestre em ecologia e conservação, blogger e comunicador científico, amante da vida selvagem com grande interesse pelo empreendedorismo e soluções de problemas socioambientais.
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